terça-feira, 7 de dezembro de 2010

FACULDADE DE FILOSOFIA SANTA DOROTÉIA

PÓS-GRADUAÇÃO EM PLANEJAMENTO URBANO AMBIENTAL

CIDADES DIGITAIS

PROFESSORA: Michele Tancman

ALUNA: Luany Leal



Estância (SE) - Um modelo diferente



Diferente da maioria dos municípios brasileiros que pretendem promover a inclusão digital através da construção/criação de centros de acesso a internet ou de salas de internet em escolas públicas, o governo municipal de Estância, estado de Sergipe, optou por dar tickets de acesso à internet que podem ser usados nas lan houses do município. Os telecentros do governo federal e municipal atuam de forma secundária.


O projeto teve início em 2009, quando a prefeitura, com o apoio do Sebrae, capacitou donos de lan houses e professores da rede estadual e municipal de ensino. Os donos das lans foram orientados de forma que pudessem usar seu empreendimento para proporcionar a inclusão digital e para os professores o curso teve a intenção de mostrar a aplicabilidade prática da internet para facilitar o aprendizados do conteúdo ensinado. No fim desse processo, os alunos ganharam tíquetes que permitem o uso gratuito das lan houses.


No entanto algumas regras foram estabelecidas para o uso:

1- o acesso só pode ser feito fora do horário escolar;

2- os alunos não podem estar uniformizados;

3- é necessária autorização dos responsáveis;

4 - limite de seis horas de uso por mês;

5 -apenas 20% do tempo diário pode ser gasto com entretenimento;


Se for verificado que alguma das regras não foi cumprida, o aluno e o estabelecimento são advertidos. Em caso de reincidência, a lan house pode ser descredenciada e o estudante perder o direito ao ticket.


A opção pelo ticket a ser usado nas lan houses ocorreu porque acredita-se que essa alternativa, além de mais barata, fomenta a economia local, e ajuda a trazer para o mercado formal as microempresas que atuam no mercado informal, aumentando desse jeito a arrecadação do município.


“Esse modelo de inclusão digital se deve ao fato do bom custo/benefício para todos os envolvidos: poder executivo, lan houses, alunos e professores”, afirma Carlos Júnior, secretário de Cultura, Juventude e Desporto de Estância.

E parece que realmente as diversas classes envolvidas estão satisfeitas.

Por 60 minutos, a prefeitura paga às lan houses um real. Ou seja, cada aluno custa seis reais por mês à prefeitura.



“O modelo de lan houses gera renda e estimula a legalização dos negócios, muitos deles informais”, aponta Manoel Messias, diretor de juventude de Estância.

Para o presidente da associação de lan houses da cidade, Adilson dos Santos, o programa trouxe outras vantagens para os estabelecimentos. “Fomentou nossa clientela e melhorou a imagem das lan houses perante a população. Hoje os pais já nos veem como um lugar seguro para seus filhos”, garante.

Segundo Manoel Messias, Estância se tornou um exemplo para outros municípios: “Goiânia e o governo do estado já vieram aqui conhecer o que fizemos, pois têm interesse de fazer algo do gênero”, comemora.

Avaliação:

A prefeitura oferece pelo menos o primeiro contato com os computadores e a rede aos alunos e pode propiciar pela manutenção do projeto a inclusão digital desejada.

O baixo custo é um fator muito importante no projeto de Estância. No entanto, considero 6h /mês pouco tempo, uma vez que a intenção é levar ao emponderamento social através da informação.

Também acredito que a falta de supervisão direta pode ser um problema para o sucesso do projeto se considerarmos sua importância para a pesquisa escolar. O ambiente da lan house é propício para que os jovens se interessem cada vez mais por jogos ou outras ferramentas de lazer da rede.

Outro ponto positivo é dividir com os donos das lan houses a responsabilidade pelo conteúdo acessado, impondo punições ao estabelecimento caso seja verificada alguma irregularidade.

Acredito que os pontos positivos são mais relevantes que os negativos e toda iniciativa para redução da desigualdade social é válida desde que acompanhada e revisada freqüentemente, como todo projeto bem-sucedido deve ser.

Fonte:

http://www.guiadascidadesdigitais.com.br (aproveitando texto de Marcelo Medeiros, de 19 de abril de 2010)


domingo, 28 de novembro de 2010

Elaboração de artigo a partir do texto "O ciberespaço, a cidade e a democracia eletrônica"





FACULDADE DE FILOSOFIA SANTA DOROTÉIA

PLANEJAMENTO URBANO AMBIENTAL

CIDADES DIGITAIS
PROFESSOR: SIDNEY CARDOSO
ALUNA: LUA
NY LEAL


Existe uma relação direta entre o acesso ao ciberespaço e à população urbana, especialmente à metropolitana. Ao mesmo tempo, através do ciberespaço é possível que haja uma aproximação dos grandes centros urbanos a outras regiões. Essa aproximação pode diminuir a desigualdade social, levando um instrumento de decisão para populações de regiões menos desenvolvidas, como pode maximizar a homogenização cultural, divulgando os costumes e os gostos da população metropolitana com maior rapidez.

No texto, Lévy enumera e discute alguns itens na relação cidade-ciberespaço. O primeiro deles é a analogia feita entre as comunidades virtuais e territoriais. Atualmente várias cidades disponibilizam informações na internet sobre os serviços territoriais prestados pelos governos e empresas, bem como informações sobre a as ações políticas. Alguns municípios criaram projetos para promover acesso à internet de forma gratuita, como uma forma de compensação entre ricos e pobres. Nas escolas públicas há salas de informática e todos os professores da rede estadual de ensino ganharam um notebook no Rio de Janeiro. No entanto, medidas como essa, podem funcionar apenas como uma versão representativa e não utilizar os reais recursos técnicos e da linguagem propiciados pelo ciberespaço. O ciberespaço pode ser acessado por qualquer um, mas poucos sabem como utilizá-lo de forma construtiva, porque para tanto, é necessário mais do que a máquina e a rede. É a educação que garante oportunidades, inclusive a oportunidade de utilizar bem o ciberespaço.

O ciberespaço não substitui as funções das cidades físicas pela telepresença. Como já foi dito, a maior adesão ao ciberespaço encontra-se nas grandes metrópoles, e apesar disso, as duas maiores metrópoles brasileiras batem recordes constantes de congestionamentos, apesar das obras para aumento do número e extensão de rodovias, por exemplo, a construção do arco rodoviário, já em fase final e operando em São Paulo, e em construção no Rio de Janeiro. Não se pode negar a existência de teletrabalhos ou educação à distância, mas esse não é o principal benefício do desenvolvimento das telecomunicações. Não há uma substituição, mas uma diminuição dos intermediários, aumentando a capacidade de intervenção direta.

Um terceiro ponto levantado por Lévy é a assimilação do ciberespaço como aparelho que faz parte da infra-estrutura urbana clássica. Um equipamento que serviria como fonte de lucro, como uma “auto-estrada da informação”, assim como a tv a cabo. De fato, o ciberespaço gera novos mercados. Os jogos on line são um bom exemplo: pode-se pagar por melhores equipamentos e/ou habilidades, que só serão úteis para o jogo. No entanto, essa idéia pode mascarar o verdadeiro conteúdo do ciberespaço: um mecanismo de interação, ou melhor uma forma de usar os mecanismo digitais já existentes. Pierre Lévy quer dizer que ao defenderem o ciberespaço como uma nova infra-estrutura (“auto-estrada da informação”) encobre-se aí o movimento social da cibercultura.

Mas de que forma se daria uma articulação entre a cidade e o ciberespaço? “Nem simples analogia, nem substituição, nem assimilação…”. Ele propõe pensar os dois espaços de forma articulada. O do território e o da inteligência coletiva. Não basta que haja acesso ao equipamento. É necessário que a população utilize o ciberespaço para ser ouvida e para ouvir. Nisso consiste a democracia digital, na colaboração coletiva e contínua no levantamento dos problemas e das suas soluções. Os meios atualmente utilizados e que deverão ganhar mais espaço para sucesso da inteligência coletiva são os fóruns de avaliação e controle por parte da população.


terça-feira, 14 de setembro de 2010

Exclusão Digital X Desigualdade Social: Brasil, Mostra Sua Cara!

A evolução tecnológica é perceptível a cada flash de notícias exposta na mídia de massa. Basta um cidadão de classe mais humilde assistir determinado jornal televisivo para se deparar com constantes evoluções tecnológicas que o trazem uma sensação de utopia, dúvida ou até mesmo crítica perante tamanha inteligência humana. A velocidade e quantidade de informações propicia, juntamente com a tecnologia, uma ilusão popular de evolução constante muito distante do convívio diário com seu ambiente. Existe uma linha de pensamento popular nas classes mais humildes que gira em torno do descrédito com as inovações tecnológicas a serem agregados no seu dia-a-dia. Apesar dos projetos de inclusão digital e a crescente facilitação de acesso à novas tendências tecnológicas, há uma descrença relativa ao beneficiamento direto da tecnologia à práticas corriqueiras desta faixa societária.

A exclusão digital não limita-se ao não conhecimento de hardwares e softwares, estende-se às televisões, rádios e todos os outros meios de comunicação que funcionam de maneira evolutiva. Tal exclusão pode ser renomeada como exclusão informativa, ou seja, uma abstinência de informações às classes nelas incluídas. Fazendo uma breve análise dos canais de comunicação que trazem as informações até as pessoas ditas incluídas digitais, são em grande parte, veículos de comunicação digitalizados e com um grau de tecnologia agregado. Esta informação leva a crer que uma pessoa que não tem acesso às tecnologias de comunicação, não está compatível com a velocidade das informações mundiais.

O jornal impresso, cada vez mais, tenta informar com qualidade e velocidade, mas não atinge o grau desses adjetivos que os sites conseguem atingir, onde as notícias são atualizadas quase que em tempo real. Este exemplo citado, mostra com clareza uma das vertentes da exclusão digital. A comparação entre classes A e B, com C e D, em relação a riqueza de conhecimentos é de fácil visibilidade. E vale lembrar que o conhecimento é proveniente de informações. O conhecimento, nada mais é que, análise crítica de dados informativos recebidos e transformados de acordo com a realidade individual. O crescimento intelectual provêm de análises e formação de opiniões, cujos indivíduos excluídos digitalmente não têm o hábito de fazer, nem a malícia pra tal procedimento.

As novidades tecnológicas são distantes da massa em geral, independente da classe social a que pertence o indivíduo, apenas a partir de sua comercialização que se dá a difusão entre cidadãos comuns, e a partir de então há a seleção de acordo com o poder aquisitivo. Com tal realidade exposta, entende-se que a segregação social e a desigualdade é a maior causadora dos males da exclusão digital. Afinal, após a decisão de comercialização de determinada inovação tecnológica e terem sido discutidas as estratégias mercadológicas pertinentes, chega ao mercado uma espécie de amostragem para sondar a aceitação. Tal amostragem limita-se a indivíduos com condição financeira vantajosa, devido ao alto custo que são comercializados os produtos inovadores. Após a aceitação de mercado, durante um longo tempo, os preços se congelam e, somente com a supraposição de um substituto mais evoluído tecnologicamente, os valores tendem a baixar e as facilidades de acesso das classes sociais inferiores aumenta.

Em plena era do conhecimento, há uma velocidade monstruosa na disseminação de informações. Os programas sociais de inclusão digital se baseiam em alimentar esperanças populares de abertura de novos rumos com a tal inclusão. Rumos esses que dizem respeito a trabalho, saúde, praticidade, e até mesmo status social. Mas essas intenções são postas de maneira mais amena e discreta, no sentido de preservar a jogada de interesses políticos e sociais que torneiam essa realidade. A velocidade da evolução tecnológica não é compatível com a velocidade da inclusão digital proposta pelos órgãos governamentais e iniciativa privada, haja vista o alto custo para manter esses projetos com tecnologias de ponta e o receio do descontrole relativo à pessoas de classes menos favorecidas. Ou seja, a falta de informação e conhecimento tecnológico leva ao indivíduo uma sensação de dependência, o fazendo ser mais crédulo em poucas informações e menos críticos devido a falta de experiência e cultura. O que gera um ciclo vicioso às entidades que se propõe a executar a inclusão digital. Ciclo de limitação de conhecimentos propostos, moldando tais indivíduos de acordo com a necessidade do objetivo a ser alcançado pela a entidade.

Os objetivos do governo e da iniciativa privada em promover a inclusão digital, vai desde o marketing até a real necessidade de mão de obra qualificada. Cabe à população analisar com um olhar crítico todas as possíveis vertentes desse mundo tecnológico lançado aos mais humildes. Quando se fala em marketing, é referido à responsabilidade social, que hoje causa um grande impacto lucrativo às organizações, tanto visando os consumidores destas empresas, quanto aos incentivos fiscais e parceiros de mercado. E quando se fala em mão de obra qualificada é referente ao molde que empresas buscam de novos colaboradores. Elas aproveitam a falta de cultura e postura crítica dos indivíduos excluídos digitalmente e o e-alfabetizam, ou seja, o alfabetizam digitalmente, de acordo com as necessidades da função a ser exercida.

Com tudo, os projetos de inclusão digital circundam uma possível vitória a partir do momento que tiram as pessoas do analfabetismo digital, para o início de sua busca por informações constantes. Tais projetos movimentam as pessoas, e cabe a cada indivíduo a busca pela não estagnação. Com este primeiro passo, os próximos são de responsabilidade de cada cidadão. Apesar de existir a ciência de que muitos ainda, com a participação efetiva em processos de inclusão, mantenham-se estagnados com o término da participação em tal projeto, devido a falta de visão da importância que há em ser ativo na busca por conhecimento.

Na era dos Mp3, ipods, pendrivers, palmtops, há, principalmente nas áreas rurais, pessoas que ainda não tiveram acesso nem a um televisor. O que mostra tamanha diversidade cultural e social do país, que reflete diretamente na exclusão digital. O poder aquisitivo e a luta na busca do conhecimento determinam o grau de instrução dos indivíduos no país. As inovações tecnológicas, a nível mundial, não tendem a parar, mas o acompanhamento do Brasil é, confirmadamente, um jogo de interesses individuais, ou seja, cada indivíduo tem a sua consciência das atitudes a serem tomadas em busca da informação, e sociopolíticos, onde os que detêm o poder tornam-se manipuladores da grande massa, visando lucros e visibilidade sociomundial.

Brasil, mostra sua cara!, é uma referência à música Brasil, popularizada por Cazuza, nos anos 80 e 90. Esta frase expressiva da música pode ser adaptada à realidade da exclusão digital. A expressão mostra sua cara evoca uma atitude, uma atividade perante determinada situação, o que nos torna a questionar a vontade individual da busca pela informação, tornando-a conhecimento útil em sua vida. E incluindo o Brasil no início da frase, damos dúbio sentido. Além de uma movimentação da massa popular pela democratização digital, leva-nos a pensar no jogo de interesses que se esconde por trás das grandes potencias organizacionais que viabilizam a inclusão digital, onde seus objetivos são meramente lucrativos e mercadológicos. Então, com a análise da expressão Brasil, mostra sua cara!, há um questionamento social, onde se pede a transparência dos interesses sociopolíticos sobre a tecnologia pertinente ao país.

Publicado em 21/09/2006 por Paula Maciel em http://www.webartigos.com

http://www.webartigos.com/articles/414/1/Exclusao-Digital-X-Desigualdade-Social-Brasil-Mostra-Sua-Cara/pagina1.html#ixzz0zXm257xS

Postado por Matheus Muzy.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Paraty tem pressa de futuro para preservar seu passado histórico


A Prefeitura de Paraty pleiteia à UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) seu reconhecimento como patrimônio da humanidade. Para isso, a agência da ONU exige um forte investimento em educação e infra-estrutura, inclusive de comunicações. Mas, para não modificar o conjunto arquitetônico, não é possível instalar fiação nem cabos subterrâneos, que exigiriam obras e escavações em terreno tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) desde 1958. A tecnologia wireless foi a solução encontrada pela administração municipal para conectar a cidade sem danificar sua riqueza histórica.


A cidade de Paraty, no litoral sul do Rio de Janeiro, conseguiu preservar seu centro histórico porque, durante quase cem anos, parou no tempo. O isolamentodevido ao difícil acesso manteve o casario dos séculos XVIII e XIX praticamente intacto, em ruas onde veículos não podem circular. Mas agora o município corre para aderir às novas tecnologias e conectar-se, justamente para manter o que conquistou. Muito antiga para os padrões brasileiros, a cidade foi povoada entre1533 e 1560, em 1667 teve sua emancipação política decretada pelo rei de Portugal, tornando-se uma vila independente de Angra dos Reis. Junto ao oceano, entre dois rios, Paraty está a uma altitude média de apenas 5 metros. Hoje é o centro de um município com 930,7 km² com uma população de 33.062 habitantes (densidade demográfica: 35,6 h/km²). A cidade já foi sede do mais importante porto exportador de ouro do Brasil, durante o período colonial. O longo processo de estagnação vivida por Paraty manteve, paradoxalmente, o casario colonial, conservado no conjunto conhecido como Centro Histórico, tornando a cidade num dos destinos turísticos mais procurados do país.

A demanda da pequena cidade na divisa do Rio de Janeiro com São Paulo casou bem com o que procurava a NextWave, empresa americana que já nasceu gigante, em 2005, e se instalou no Brasil no ano passado. Operando como fornecedora de tecnologia de banda larga móvel, a companhia viu no projeto Paraty Digital uma excelente oportunidade para construir uma vitrine no País.

“O projeto foi financiado pela NextWave como um piloto para apresentar ao mercado as inovações tecnológicas desenvolvidas dentro da empresa e já em uso em diversos países do mundo”, explica o diretor de Wireless Mesh LatinAmerica da empresa, Bruno Evangelista.


Uma rede de parcerias



O começo foi em janeiro de 2007, por iniciativa da Prefeitura. Além da NextWave,

uniram-se na parceria o Proderj, centro de tecnologia do governo fluminense, a VeriSign e a brasileira SRVR -Serviços de Rede Via Rádio, esta última com a função de integrar os equipamentos e operar os serviços depois de a rede estar pronta. A SRVR também assumiu a manutenção da rede e será responsável pela futura expansão.


Segundo Evangelista, a NextWave entregou a montagem da rede como doação ao município, e a SRVR fornecerá suporte de rede e sinal de banda larga sem fio gratuitamente aos órgãos públicos e escolas municipais. Em contrapartida, diz ele, poderá explorar comercialmente os serviços baseados no acesso à banda larga sem fio fornecidos aos habitantes e turistas.

A inauguração da rede ocorreu durante a Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), em julho de 2007. Pela primeira vez, os participantes do evento anual – que atrai centenas de visitantes estrangeiros e é o maior do município em visibilidade – tiveram à disposição

um quiosque com acesso wireless à internet. A disponibilidade de conexão sem fio também facilita a cobertura pela imprensa, em âmbito nacional e internacional, eis que os jornalistas podem enviar informações em tempo real para seus veículos.

A NextWave optou por usar a tecnologia Wi-Mesh xRF, de desenvolvimento próprio e que, segundo a empresa, é ideal para uso em áreas urbanas. O suporte à rede é feito remotamente, 24 horas por dia, a partir do centro de operações de redes globais da matriz, localizado no estado de Nevada, nos Estados Unidos.

“A NextWave possui um centro de pesquisa e desenvolvimento em Israel, onde desenvolveu

uma tecnologia pioneira em soluções Wi-Fi. Essa tecnologia usa uma combinação de várias antenas inteligentes com um processador interno, e permite canalizar toda a potência de transmissão na melhor direção para o dispositivo requisitante,

não importa qual: notebook, computador, CPE ou telefone móvel”, diz Bruno Evangelista. “Esse cálculo de nosso produto é feito a cada novo envio de pacote na rede, e não é necessário nenhum hardware ou software adicional”, acrescenta.


Segundo ele, o sistema obtém ganhos muito significativos em performance, cobertura e redução de interferência – além, é claro, de manter intocados os sobrados e paralelepípedos bicentenários de Paraty.

Em prol do turismo

Palavra do prefeito

“Esperamos poder prestar melhor serviço aos cidadãos e incrementar o turismo, nossa principal atividade econômica.”

José Carlos Porto Neto

Durante o ciclo do ouro, no século XVIII, a cidade era o principal porto de exportação do Brasil, escoando a produção que vinha das Minas Gerais. Mas, desde que foi aberta a primeira rodovia entre Rio de Janeiro e São Paulo, o caminho do ouro ficou fechado e a cidade parou no tempo, conservando as casas e igrejas de arquitetura colonial. Desde então, o único “ouro” em Paraty é o que advém basicamente da receita com o turismo. Por isso, o financiamento foi feito pela empresas participantes, poupando os recursos da prefeitura.

“O custo total do projeto é difícil de ser estimado, pois tivemos várias partes envolvidas. A NextWave investiu em torno de R$ 150 mil em equipamentos, treinamento e implementação da solução. Foram utilizados 13 equipamentos para uma cobertura de 16 quilômetros quadrados em torno do centro da cidade de Paraty”, diz Evangelista.

Desde então, os cerca de 33 mil habitantes têm pontos de acesso em banda larga à internet em quatro escolas municipais e em breve terão serviço de VoiP. Também foi possível interligar a prefeitura, a câmara, as secretarias, todos os prédios administrativos e outros órgãos municipais em uma intranet Além disso, a banda larga ajuda a reduzir custos de comunicação com outros centros urbanos, como Rio de Janeiro e São Paulo.

De acordo com o prefeito, José Carlos Porto Neto, o projeto de inclusão digital é de grande importância para melhorar a economia e o padrão de vida da população, e isto já é percebido pelos paratienses.

“A implantação da rede de banda larga sem fio nos ajudará a reduzir diversos custos devidos à nossa localização distante de grandes centros urbanos. A população terá acesso gratuito ao sinal, e poderá acessar conteúdos e serviços disponíveis na internet e usar serviços de comunicação por voz gratuitos. O acesso foi estendido às escolas municipais, visando melhorar a qualidade do ensino”, explica Porto Neto.

“Prevemos a instalação de câmeras de segurança nos principais pontos da cidade, principalmente no centro histórico e nas vias com maior fluxo de pessoas, que enviarão os sinais pela rede sem fio diretamente à delegacia”, acrescenta.

Por enquanto, o projeto concentra-se na área urbana do município, onde os serviços prestados à comunidade são acesso livre à banda larga em escolas, centros de internet comunitária e órgãos públicos, permitindo conexão à internet, comunicação (voz) e segurança com o uso de câmeras sem fio. A prefeitura e os parceiros também estudam a implementação do programa “Telefonia Social”, que visa fornecer telefone de baixo custo às camadas D e E da população paratiense.

“Com este projeto, atendemos cerca de 2.000 pessoas. E é apenas o começo. A cada dia que passa, a cidade conhece um pouco mais os benefícios que essa rede metropolitana sem fio pode proporcionar”, conclui Evangelista.


Faculdade de Filosofia Santa Dorotea

Pós Graduação em Planejamento Urbano Ambiental

Tania Maria Verneck Sanglard

CIBERESPAÇO

É interessante observarmos a virada que foi os anos 70. O desenvolvimento e comercialização do microprocessador mudando diversos processos econômicos e sociais.

Mudanças importantes, na industrias com a automação da produção com maquinas industrias, com controles digitais e etc. Os computadores foram tomando conta aos poucos de varias atividades econômicas, e isso ainda nos é possível observarmos em nossos dias cada vez mais afetados profundamente dados importantes e elementares das nossas vidas. Desde o advento do computador pessoal ele passou a ser um instrumento de criação,organização, pesquisa, diversão, comunicação de uma forma crescente nos países desenvolvidos principalmente no inicio dos anos 90.

Interessante observarmos como corrente culturais espontâneas e imprevisível impôs um novo curso ao desenvolvimento tecno-econômico.as tecnologias digitais surgiram, então, como a infra-estrutura do ciberespaço,novo espaço de comunicação, de sociabilidade, de organização e de transição, mas também novo mercado da informação e conhecimento.

As inovações e desenvolvimentos nos processadores, memorias, transmissões, interfaces e etc. Não tem limites. Cada vez mais nos surpreendemos com tais avanços.

A grande transformação da sociedade e seus espaços, foram importantes com o advento técnico, e o ciberespaço é fruto desse movimento social e desse desejo de comunicação, relações inter pessoais.

Desde os tempos mais antigos esse foi sempre um desejo latente no ser humano,ultrapassar fronteiras, limites e hoje com essas redes de comunicação, recebemos notícias e enviamos para toda aparte do mundo.

O verdadeiro uso do computador pessoal, como prática de comunicação interativa, o ciberespaço como horizonte de um mundo virtual vivo, no qual cada ser humano pode participar e contribuir.

Os avanços são enormes, avanços da memórias, unidades de processamentos e transmissões.

As informações podem viajar diretamente em sua forma digital, através de cabo coaxiais de cobre, por fibras óticas ou ondas eletromagnéticas. Cidades inteiras ligadas a rede.

As comunidades virtuais são construídas sobre afinidades de interesses, conhecimentos e projetos mútuos em um processo de cooperação ou de troca, tudo isso independente das proximidades geográficas e das filiações institucionais. Pierre Levy diz com muita propriedade “Para aqueles que não as praticam, esclarecemos que longe de serem frias, as relações on-line não excluem as emoções fortes”.

Além disso é importante dizer que a comunicação por meio de redes de computadores não substitui os encontros físicos, na maior parte é um complemento ou um adicional.

Texto baseado em Cibercultura “Pierre Levy”

aluna: Neyla Carla Boechat Duriguetto

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

São Vicente-SP Cidade digital

FACULDADE DE FILOSOFIA SANTA DORÓTÉIA.

CURSO DE PÓS- GRADUAÇÃO – PUA

PROF: Michele Tancman

ALUNA; Flávia Cabral

“CIDADE DIGITAL” INOVA COM ACESSO GRATUITO À INTERNET

São Vicente é um município do estado de São Paulo, na Região Metropolitana da Baixada Santista, na microrregião de Santos. A população estimada em 2006 era de 329. 370 habitantes e a sua área é de 148 km². Foi a primeira vila fundada pelos portugueses na América, em 1532. Sua economia baseia -se no comércio e turismo.

È a primeira cidade da Baixada Santista a disponibilizar internet banda larga gratuita a população. Segundo o prefeito Tercio Garcia, esse projeto de cidade digital foi montado em 2008, mas recebeu um impulso em janeiro do ano passado (2009), com as novas definições entre Prefeitura e Ministério da Ciência e Tecnologia. Para o prefeito, a iniciativa traz um destaque para o Município. “Hoje, a tecnologia cresce todo dia e não há como fechar este processo. Nada tem evoluído tanto quanto este setor. Com o recurso, São Vicente passa a ser a primeira Cidade a ter internet de livre acesso para toda a população vicentina. É o primeiro passo e um grande avanço para a região”. Disseminar a cultura inclusiva, com ênfase na educação é o foco do projeto Cidade Digital. Com essa iniciativa, os munícipes e visitantes terão a sua disposição internet banda larga gratuita, em todos os pontos da Cidade. O custo total do projeto é de R$ 7 milhões.

O Centro de Acesso à Tecnologia para Inclusão Social (CATIS, situado na Avenida Ulisses Guimarães, 211 - Jardim Rio Branco) é o primeiro de 36 unidades que o Município oferecerá a população. No local, os computadores passam a ser utilizados como uma lan house gratuita à população, além de servir como centro de capacitação digital. O usuário pode usufruir ainda de equipamentos de apoio, como data show e impressora.
O programa inclui ainda 81 lousas digitais que serão utilizadas em todas as unidades educacionais e sinal gratuito de internet para a população, transmitido por torres que garantem cobertura de 100% nos bairros vicentinos.
As lousas digitais foram apresentadas em uma aula inaugural para professores da rede municipal. O recurso de última geração permite que professores e alunos interajam com a tecnologia de forma lúdica e rica em informações –textos, fotos, vídeos, gráficos, acesso à internet e demais possibilidades. Trata-se de uma tela fina, semelhante ao utilizado por uma grande emissora de TV brasileira para dinamizar os telejornais, que funciona ao simples toque no monitor. No total, 60 mil estudantes matriculados na rede pública de São Vicente estão sendo beneficiados.
Ao mesmo tempo em que as unidades escolares terão esta nova porta para o conhecimento, os lares de todos os bairros de São Vicente poderão ter acesso gratuito à internet sem fio. Até o final de setembro sete torres de transmissão estarão instaladas, completando a cobertura em todo o Município.

O sistema permite que mais de 30 mil usuários se conectem simultaneamente.
Para obter o benefício, basta ter um computador, e solicitar uma senha de acesso no cidade da cidade. É necessário também providenciar uma antena ou um adaptador para receber este tipo de sinal. Quem não tem computador e quer se cadastrar no programa, deve ir a uma das unidades tecnológicas espalhadas em todos os bairros da Cidade, fornecendo carteira de identidade, CPF, endereço e uma foto 3X4.

Segundo o secretário de Ciência e Tecnologia de São Vicente, Carlos Alberto Santiago, o projeto é essencial para a formação dos estudantes e da população. “O computador é um recurso indispensável hoje em dia. O acesso a internet garante a oportunidade de melhores pesquisas, informações, oportunidades e serviços. Além de tudo, aumenta as chances para o mercado de trabalho”.



quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Petrópolis: uma cidade imperial e conectada



No dia 16 de abril, Rubens Bomtempo levou para Petrópolis, na região serrana fluminense, o Prêmio Sebrae Prefeito Empreendedor de 2008 na categoria “Desoneração e desburocratização tributária para micro e pequenas empresas”. A categoria é específica, mas a ação que lhe rendeu o prêmio, conferido pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) nacional foi o ponto zero do Petrópolis Digital, projeto que interligou secretarias, montou praças wireless e digitalizou serviços.

O Petrópolis Digital teve início na primeira gestão de Bomtempo, em 2001, graças a um financiamento do BNDES no valor de R$ 3,5 milhões, dentro do Programa de Modernização da Administração Tributária e Gestão dos Setores Sociais Básicos (PMAT). Com os recursos, foi possível implantar a infra-estrutura de rede, interligar todas as secretarias e investir no desenvolvimento de aplicativos e serviços online.

Um sistema integrado de gestão foi adquirido e mais de 400 pontos de rede foram instalados, incluindo algumas escolas e postos de saúde da cidade imperial. Ainda não foi possível conectar todas as 143 escolas públicas, espelhadas pelos 775 quilômetros quadrados do município. "A intenção é conseguir isto na segunda fase da iniciativa, prevista para começar no ano que vem", conta Maria Cristina Franca Melo, diretora do Departamento de Tecnologia da Informação da Prefeitura (Detec), responsável pelo projeto.



Fibra ótica e ondas de rádio


A conexão é feita através de fibra ótica (utilizada para a interligação entre as secretarias e demais órgãos) e ondas de rádio, que chegam principalmente até os pontos de acesso público. A rede tem link de 10 Mbps, possibilitado por uma parceria com o Centro de Tecnologia da Informação e Comunicação do Estado do Rio de Janeiro (Proderj), que cedeu banda da Infovia.RJ, a rede fluminense de comunicação de dados entre órgãos do governo estadual.

O projeto petropolitano utiliza rádios Canopy, da Motorola, para transmissão sem fio de sinal de internet em longas distâncias. São sete antenas, fornecidas pela revendedora Agora Telecom. Outra empresa parceira do projeto é a Jevin, que atua como integradora.


Em termos de acesso do cidadão, a prefeitura instalou 12 quiosques de auto-atendimento, espalhados pelos bairros. Há terminais, por exemplo, no distrito turístico de Itaipava, na estação rodoviária localizada no bairro Bingen, nas praças do centro da cidade, etc. Neles, é possível acessar o site da prefeitura e demais endereços eletrônicos .gov e .org.

Em 2007, uma outra parceria com o Proderj permitiu a implantação na cidade de dois Centros de Internet Comunitária (CICs), localizados em pontos centrais e de muita movimentação da cidade. Os CICs consistem em um programa do Proderj de instalação de laboratórios de informática no Estado, que oferecem cursos gratuitos de alfabetização digital, acesso à web em banda larga e serviços de governo eletrônico


Conteúdo e software livre


A vedete do acesso, no entanto, é o conjunto de cinco hotspots - áreas públicas de acesso livre e gratuito à internet sem fio - lançados no início de abril. Em 15 dias, segundo o site da prefeitura, 80 acessos pela rede sem fio foram feitos. Os hotspots estão distribuídos pelas principais ruas (Dezesseis de Março, Rua do Imperador) e praças (Dom Pedro, da Liberdade, dos Expedicionários) da área histórica da cidade. O famoso Palácio de Cristal também está na área de abrangência dos hotspots.

Uma das principais estratégias desde o início do Petrópolis Digital foi colocar conteúdo na rede. Assim, desde 2002, foi disponibilizada uma série de aplicativos e serviços via web. Algumas empresas do Movimento Petrópolis-Tecnópolis participaram do desenvolvimento dos aplicativos usados nos serviços web.

Segundo Maria Cristina, os aplicativos e o site são todos desenvolvidos em softwares livres, o que permitiu diminuir os custos. "Não conseguiríamos implantar a infra-estrutura de rede e ainda pagar licenças de software proprietário numa cidade de médio porte, como Petrópolis, com os recursos que temos", acrescenta a coordenadora do projeto.

Atualmente, é possível acessar mais de 20 serviços no site da prefeitura, incluindo informações completas sobre ISS, IPTU, consulta prévia de incentivos fiscais, requerimentos de alvarás, pregões eletrônicos da prefeitura, editais de concursos, pré-matrícula escolar, guia de pagamento de impostos, etc. "Ganhamos prêmio com a pré-matrícula da rede escolar, e já fomos premiados várias vezes pela Firjan [Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro] como o melhor site do Estado do Rio em governo eletrônico", orgulha-se Maria Cristina.

Há uma área inteira dedicada aos servidores públicos, que podem acessar a intranet, visualizar contracheques, ver informe de rendimentos para o Imposto de Renda e acessar e-mail. Para os cidadãos, além dos serviços já citados, há ainda a legislação municipal completa até 2007, contas públicas, programas de governo, Diário Oficial, calendário de eventos - atualizado - do ano todo e uma curiosidade incomum entre portais de prefeituras: versões em inglês, espanhol e francês.

Faculdade de Filosofia Santa Dorotéia
Curso de Pós-Graduação em Planejamento Urbano-Ambiental
Aluno: Neyla Carla Boechat Duriguetto
Professora: Michele Tancman