terça-feira, 14 de setembro de 2010

Exclusão Digital X Desigualdade Social: Brasil, Mostra Sua Cara!

A evolução tecnológica é perceptível a cada flash de notícias exposta na mídia de massa. Basta um cidadão de classe mais humilde assistir determinado jornal televisivo para se deparar com constantes evoluções tecnológicas que o trazem uma sensação de utopia, dúvida ou até mesmo crítica perante tamanha inteligência humana. A velocidade e quantidade de informações propicia, juntamente com a tecnologia, uma ilusão popular de evolução constante muito distante do convívio diário com seu ambiente. Existe uma linha de pensamento popular nas classes mais humildes que gira em torno do descrédito com as inovações tecnológicas a serem agregados no seu dia-a-dia. Apesar dos projetos de inclusão digital e a crescente facilitação de acesso à novas tendências tecnológicas, há uma descrença relativa ao beneficiamento direto da tecnologia à práticas corriqueiras desta faixa societária.

A exclusão digital não limita-se ao não conhecimento de hardwares e softwares, estende-se às televisões, rádios e todos os outros meios de comunicação que funcionam de maneira evolutiva. Tal exclusão pode ser renomeada como exclusão informativa, ou seja, uma abstinência de informações às classes nelas incluídas. Fazendo uma breve análise dos canais de comunicação que trazem as informações até as pessoas ditas incluídas digitais, são em grande parte, veículos de comunicação digitalizados e com um grau de tecnologia agregado. Esta informação leva a crer que uma pessoa que não tem acesso às tecnologias de comunicação, não está compatível com a velocidade das informações mundiais.

O jornal impresso, cada vez mais, tenta informar com qualidade e velocidade, mas não atinge o grau desses adjetivos que os sites conseguem atingir, onde as notícias são atualizadas quase que em tempo real. Este exemplo citado, mostra com clareza uma das vertentes da exclusão digital. A comparação entre classes A e B, com C e D, em relação a riqueza de conhecimentos é de fácil visibilidade. E vale lembrar que o conhecimento é proveniente de informações. O conhecimento, nada mais é que, análise crítica de dados informativos recebidos e transformados de acordo com a realidade individual. O crescimento intelectual provêm de análises e formação de opiniões, cujos indivíduos excluídos digitalmente não têm o hábito de fazer, nem a malícia pra tal procedimento.

As novidades tecnológicas são distantes da massa em geral, independente da classe social a que pertence o indivíduo, apenas a partir de sua comercialização que se dá a difusão entre cidadãos comuns, e a partir de então há a seleção de acordo com o poder aquisitivo. Com tal realidade exposta, entende-se que a segregação social e a desigualdade é a maior causadora dos males da exclusão digital. Afinal, após a decisão de comercialização de determinada inovação tecnológica e terem sido discutidas as estratégias mercadológicas pertinentes, chega ao mercado uma espécie de amostragem para sondar a aceitação. Tal amostragem limita-se a indivíduos com condição financeira vantajosa, devido ao alto custo que são comercializados os produtos inovadores. Após a aceitação de mercado, durante um longo tempo, os preços se congelam e, somente com a supraposição de um substituto mais evoluído tecnologicamente, os valores tendem a baixar e as facilidades de acesso das classes sociais inferiores aumenta.

Em plena era do conhecimento, há uma velocidade monstruosa na disseminação de informações. Os programas sociais de inclusão digital se baseiam em alimentar esperanças populares de abertura de novos rumos com a tal inclusão. Rumos esses que dizem respeito a trabalho, saúde, praticidade, e até mesmo status social. Mas essas intenções são postas de maneira mais amena e discreta, no sentido de preservar a jogada de interesses políticos e sociais que torneiam essa realidade. A velocidade da evolução tecnológica não é compatível com a velocidade da inclusão digital proposta pelos órgãos governamentais e iniciativa privada, haja vista o alto custo para manter esses projetos com tecnologias de ponta e o receio do descontrole relativo à pessoas de classes menos favorecidas. Ou seja, a falta de informação e conhecimento tecnológico leva ao indivíduo uma sensação de dependência, o fazendo ser mais crédulo em poucas informações e menos críticos devido a falta de experiência e cultura. O que gera um ciclo vicioso às entidades que se propõe a executar a inclusão digital. Ciclo de limitação de conhecimentos propostos, moldando tais indivíduos de acordo com a necessidade do objetivo a ser alcançado pela a entidade.

Os objetivos do governo e da iniciativa privada em promover a inclusão digital, vai desde o marketing até a real necessidade de mão de obra qualificada. Cabe à população analisar com um olhar crítico todas as possíveis vertentes desse mundo tecnológico lançado aos mais humildes. Quando se fala em marketing, é referido à responsabilidade social, que hoje causa um grande impacto lucrativo às organizações, tanto visando os consumidores destas empresas, quanto aos incentivos fiscais e parceiros de mercado. E quando se fala em mão de obra qualificada é referente ao molde que empresas buscam de novos colaboradores. Elas aproveitam a falta de cultura e postura crítica dos indivíduos excluídos digitalmente e o e-alfabetizam, ou seja, o alfabetizam digitalmente, de acordo com as necessidades da função a ser exercida.

Com tudo, os projetos de inclusão digital circundam uma possível vitória a partir do momento que tiram as pessoas do analfabetismo digital, para o início de sua busca por informações constantes. Tais projetos movimentam as pessoas, e cabe a cada indivíduo a busca pela não estagnação. Com este primeiro passo, os próximos são de responsabilidade de cada cidadão. Apesar de existir a ciência de que muitos ainda, com a participação efetiva em processos de inclusão, mantenham-se estagnados com o término da participação em tal projeto, devido a falta de visão da importância que há em ser ativo na busca por conhecimento.

Na era dos Mp3, ipods, pendrivers, palmtops, há, principalmente nas áreas rurais, pessoas que ainda não tiveram acesso nem a um televisor. O que mostra tamanha diversidade cultural e social do país, que reflete diretamente na exclusão digital. O poder aquisitivo e a luta na busca do conhecimento determinam o grau de instrução dos indivíduos no país. As inovações tecnológicas, a nível mundial, não tendem a parar, mas o acompanhamento do Brasil é, confirmadamente, um jogo de interesses individuais, ou seja, cada indivíduo tem a sua consciência das atitudes a serem tomadas em busca da informação, e sociopolíticos, onde os que detêm o poder tornam-se manipuladores da grande massa, visando lucros e visibilidade sociomundial.

Brasil, mostra sua cara!, é uma referência à música Brasil, popularizada por Cazuza, nos anos 80 e 90. Esta frase expressiva da música pode ser adaptada à realidade da exclusão digital. A expressão mostra sua cara evoca uma atitude, uma atividade perante determinada situação, o que nos torna a questionar a vontade individual da busca pela informação, tornando-a conhecimento útil em sua vida. E incluindo o Brasil no início da frase, damos dúbio sentido. Além de uma movimentação da massa popular pela democratização digital, leva-nos a pensar no jogo de interesses que se esconde por trás das grandes potencias organizacionais que viabilizam a inclusão digital, onde seus objetivos são meramente lucrativos e mercadológicos. Então, com a análise da expressão Brasil, mostra sua cara!, há um questionamento social, onde se pede a transparência dos interesses sociopolíticos sobre a tecnologia pertinente ao país.

Publicado em 21/09/2006 por Paula Maciel em http://www.webartigos.com

http://www.webartigos.com/articles/414/1/Exclusao-Digital-X-Desigualdade-Social-Brasil-Mostra-Sua-Cara/pagina1.html#ixzz0zXm257xS

Postado por Matheus Muzy.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Paraty tem pressa de futuro para preservar seu passado histórico


A Prefeitura de Paraty pleiteia à UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) seu reconhecimento como patrimônio da humanidade. Para isso, a agência da ONU exige um forte investimento em educação e infra-estrutura, inclusive de comunicações. Mas, para não modificar o conjunto arquitetônico, não é possível instalar fiação nem cabos subterrâneos, que exigiriam obras e escavações em terreno tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) desde 1958. A tecnologia wireless foi a solução encontrada pela administração municipal para conectar a cidade sem danificar sua riqueza histórica.


A cidade de Paraty, no litoral sul do Rio de Janeiro, conseguiu preservar seu centro histórico porque, durante quase cem anos, parou no tempo. O isolamentodevido ao difícil acesso manteve o casario dos séculos XVIII e XIX praticamente intacto, em ruas onde veículos não podem circular. Mas agora o município corre para aderir às novas tecnologias e conectar-se, justamente para manter o que conquistou. Muito antiga para os padrões brasileiros, a cidade foi povoada entre1533 e 1560, em 1667 teve sua emancipação política decretada pelo rei de Portugal, tornando-se uma vila independente de Angra dos Reis. Junto ao oceano, entre dois rios, Paraty está a uma altitude média de apenas 5 metros. Hoje é o centro de um município com 930,7 km² com uma população de 33.062 habitantes (densidade demográfica: 35,6 h/km²). A cidade já foi sede do mais importante porto exportador de ouro do Brasil, durante o período colonial. O longo processo de estagnação vivida por Paraty manteve, paradoxalmente, o casario colonial, conservado no conjunto conhecido como Centro Histórico, tornando a cidade num dos destinos turísticos mais procurados do país.

A demanda da pequena cidade na divisa do Rio de Janeiro com São Paulo casou bem com o que procurava a NextWave, empresa americana que já nasceu gigante, em 2005, e se instalou no Brasil no ano passado. Operando como fornecedora de tecnologia de banda larga móvel, a companhia viu no projeto Paraty Digital uma excelente oportunidade para construir uma vitrine no País.

“O projeto foi financiado pela NextWave como um piloto para apresentar ao mercado as inovações tecnológicas desenvolvidas dentro da empresa e já em uso em diversos países do mundo”, explica o diretor de Wireless Mesh LatinAmerica da empresa, Bruno Evangelista.


Uma rede de parcerias



O começo foi em janeiro de 2007, por iniciativa da Prefeitura. Além da NextWave,

uniram-se na parceria o Proderj, centro de tecnologia do governo fluminense, a VeriSign e a brasileira SRVR -Serviços de Rede Via Rádio, esta última com a função de integrar os equipamentos e operar os serviços depois de a rede estar pronta. A SRVR também assumiu a manutenção da rede e será responsável pela futura expansão.


Segundo Evangelista, a NextWave entregou a montagem da rede como doação ao município, e a SRVR fornecerá suporte de rede e sinal de banda larga sem fio gratuitamente aos órgãos públicos e escolas municipais. Em contrapartida, diz ele, poderá explorar comercialmente os serviços baseados no acesso à banda larga sem fio fornecidos aos habitantes e turistas.

A inauguração da rede ocorreu durante a Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), em julho de 2007. Pela primeira vez, os participantes do evento anual – que atrai centenas de visitantes estrangeiros e é o maior do município em visibilidade – tiveram à disposição

um quiosque com acesso wireless à internet. A disponibilidade de conexão sem fio também facilita a cobertura pela imprensa, em âmbito nacional e internacional, eis que os jornalistas podem enviar informações em tempo real para seus veículos.

A NextWave optou por usar a tecnologia Wi-Mesh xRF, de desenvolvimento próprio e que, segundo a empresa, é ideal para uso em áreas urbanas. O suporte à rede é feito remotamente, 24 horas por dia, a partir do centro de operações de redes globais da matriz, localizado no estado de Nevada, nos Estados Unidos.

“A NextWave possui um centro de pesquisa e desenvolvimento em Israel, onde desenvolveu

uma tecnologia pioneira em soluções Wi-Fi. Essa tecnologia usa uma combinação de várias antenas inteligentes com um processador interno, e permite canalizar toda a potência de transmissão na melhor direção para o dispositivo requisitante,

não importa qual: notebook, computador, CPE ou telefone móvel”, diz Bruno Evangelista. “Esse cálculo de nosso produto é feito a cada novo envio de pacote na rede, e não é necessário nenhum hardware ou software adicional”, acrescenta.


Segundo ele, o sistema obtém ganhos muito significativos em performance, cobertura e redução de interferência – além, é claro, de manter intocados os sobrados e paralelepípedos bicentenários de Paraty.

Em prol do turismo

Palavra do prefeito

“Esperamos poder prestar melhor serviço aos cidadãos e incrementar o turismo, nossa principal atividade econômica.”

José Carlos Porto Neto

Durante o ciclo do ouro, no século XVIII, a cidade era o principal porto de exportação do Brasil, escoando a produção que vinha das Minas Gerais. Mas, desde que foi aberta a primeira rodovia entre Rio de Janeiro e São Paulo, o caminho do ouro ficou fechado e a cidade parou no tempo, conservando as casas e igrejas de arquitetura colonial. Desde então, o único “ouro” em Paraty é o que advém basicamente da receita com o turismo. Por isso, o financiamento foi feito pela empresas participantes, poupando os recursos da prefeitura.

“O custo total do projeto é difícil de ser estimado, pois tivemos várias partes envolvidas. A NextWave investiu em torno de R$ 150 mil em equipamentos, treinamento e implementação da solução. Foram utilizados 13 equipamentos para uma cobertura de 16 quilômetros quadrados em torno do centro da cidade de Paraty”, diz Evangelista.

Desde então, os cerca de 33 mil habitantes têm pontos de acesso em banda larga à internet em quatro escolas municipais e em breve terão serviço de VoiP. Também foi possível interligar a prefeitura, a câmara, as secretarias, todos os prédios administrativos e outros órgãos municipais em uma intranet Além disso, a banda larga ajuda a reduzir custos de comunicação com outros centros urbanos, como Rio de Janeiro e São Paulo.

De acordo com o prefeito, José Carlos Porto Neto, o projeto de inclusão digital é de grande importância para melhorar a economia e o padrão de vida da população, e isto já é percebido pelos paratienses.

“A implantação da rede de banda larga sem fio nos ajudará a reduzir diversos custos devidos à nossa localização distante de grandes centros urbanos. A população terá acesso gratuito ao sinal, e poderá acessar conteúdos e serviços disponíveis na internet e usar serviços de comunicação por voz gratuitos. O acesso foi estendido às escolas municipais, visando melhorar a qualidade do ensino”, explica Porto Neto.

“Prevemos a instalação de câmeras de segurança nos principais pontos da cidade, principalmente no centro histórico e nas vias com maior fluxo de pessoas, que enviarão os sinais pela rede sem fio diretamente à delegacia”, acrescenta.

Por enquanto, o projeto concentra-se na área urbana do município, onde os serviços prestados à comunidade são acesso livre à banda larga em escolas, centros de internet comunitária e órgãos públicos, permitindo conexão à internet, comunicação (voz) e segurança com o uso de câmeras sem fio. A prefeitura e os parceiros também estudam a implementação do programa “Telefonia Social”, que visa fornecer telefone de baixo custo às camadas D e E da população paratiense.

“Com este projeto, atendemos cerca de 2.000 pessoas. E é apenas o começo. A cada dia que passa, a cidade conhece um pouco mais os benefícios que essa rede metropolitana sem fio pode proporcionar”, conclui Evangelista.


Faculdade de Filosofia Santa Dorotea

Pós Graduação em Planejamento Urbano Ambiental

Tania Maria Verneck Sanglard

CIBERESPAÇO

É interessante observarmos a virada que foi os anos 70. O desenvolvimento e comercialização do microprocessador mudando diversos processos econômicos e sociais.

Mudanças importantes, na industrias com a automação da produção com maquinas industrias, com controles digitais e etc. Os computadores foram tomando conta aos poucos de varias atividades econômicas, e isso ainda nos é possível observarmos em nossos dias cada vez mais afetados profundamente dados importantes e elementares das nossas vidas. Desde o advento do computador pessoal ele passou a ser um instrumento de criação,organização, pesquisa, diversão, comunicação de uma forma crescente nos países desenvolvidos principalmente no inicio dos anos 90.

Interessante observarmos como corrente culturais espontâneas e imprevisível impôs um novo curso ao desenvolvimento tecno-econômico.as tecnologias digitais surgiram, então, como a infra-estrutura do ciberespaço,novo espaço de comunicação, de sociabilidade, de organização e de transição, mas também novo mercado da informação e conhecimento.

As inovações e desenvolvimentos nos processadores, memorias, transmissões, interfaces e etc. Não tem limites. Cada vez mais nos surpreendemos com tais avanços.

A grande transformação da sociedade e seus espaços, foram importantes com o advento técnico, e o ciberespaço é fruto desse movimento social e desse desejo de comunicação, relações inter pessoais.

Desde os tempos mais antigos esse foi sempre um desejo latente no ser humano,ultrapassar fronteiras, limites e hoje com essas redes de comunicação, recebemos notícias e enviamos para toda aparte do mundo.

O verdadeiro uso do computador pessoal, como prática de comunicação interativa, o ciberespaço como horizonte de um mundo virtual vivo, no qual cada ser humano pode participar e contribuir.

Os avanços são enormes, avanços da memórias, unidades de processamentos e transmissões.

As informações podem viajar diretamente em sua forma digital, através de cabo coaxiais de cobre, por fibras óticas ou ondas eletromagnéticas. Cidades inteiras ligadas a rede.

As comunidades virtuais são construídas sobre afinidades de interesses, conhecimentos e projetos mútuos em um processo de cooperação ou de troca, tudo isso independente das proximidades geográficas e das filiações institucionais. Pierre Levy diz com muita propriedade “Para aqueles que não as praticam, esclarecemos que longe de serem frias, as relações on-line não excluem as emoções fortes”.

Além disso é importante dizer que a comunicação por meio de redes de computadores não substitui os encontros físicos, na maior parte é um complemento ou um adicional.

Texto baseado em Cibercultura “Pierre Levy”

aluna: Neyla Carla Boechat Duriguetto