domingo, 28 de novembro de 2010

Elaboração de artigo a partir do texto "O ciberespaço, a cidade e a democracia eletrônica"





FACULDADE DE FILOSOFIA SANTA DOROTÉIA

PLANEJAMENTO URBANO AMBIENTAL

CIDADES DIGITAIS
PROFESSOR: SIDNEY CARDOSO
ALUNA: LUA
NY LEAL


Existe uma relação direta entre o acesso ao ciberespaço e à população urbana, especialmente à metropolitana. Ao mesmo tempo, através do ciberespaço é possível que haja uma aproximação dos grandes centros urbanos a outras regiões. Essa aproximação pode diminuir a desigualdade social, levando um instrumento de decisão para populações de regiões menos desenvolvidas, como pode maximizar a homogenização cultural, divulgando os costumes e os gostos da população metropolitana com maior rapidez.

No texto, Lévy enumera e discute alguns itens na relação cidade-ciberespaço. O primeiro deles é a analogia feita entre as comunidades virtuais e territoriais. Atualmente várias cidades disponibilizam informações na internet sobre os serviços territoriais prestados pelos governos e empresas, bem como informações sobre a as ações políticas. Alguns municípios criaram projetos para promover acesso à internet de forma gratuita, como uma forma de compensação entre ricos e pobres. Nas escolas públicas há salas de informática e todos os professores da rede estadual de ensino ganharam um notebook no Rio de Janeiro. No entanto, medidas como essa, podem funcionar apenas como uma versão representativa e não utilizar os reais recursos técnicos e da linguagem propiciados pelo ciberespaço. O ciberespaço pode ser acessado por qualquer um, mas poucos sabem como utilizá-lo de forma construtiva, porque para tanto, é necessário mais do que a máquina e a rede. É a educação que garante oportunidades, inclusive a oportunidade de utilizar bem o ciberespaço.

O ciberespaço não substitui as funções das cidades físicas pela telepresença. Como já foi dito, a maior adesão ao ciberespaço encontra-se nas grandes metrópoles, e apesar disso, as duas maiores metrópoles brasileiras batem recordes constantes de congestionamentos, apesar das obras para aumento do número e extensão de rodovias, por exemplo, a construção do arco rodoviário, já em fase final e operando em São Paulo, e em construção no Rio de Janeiro. Não se pode negar a existência de teletrabalhos ou educação à distância, mas esse não é o principal benefício do desenvolvimento das telecomunicações. Não há uma substituição, mas uma diminuição dos intermediários, aumentando a capacidade de intervenção direta.

Um terceiro ponto levantado por Lévy é a assimilação do ciberespaço como aparelho que faz parte da infra-estrutura urbana clássica. Um equipamento que serviria como fonte de lucro, como uma “auto-estrada da informação”, assim como a tv a cabo. De fato, o ciberespaço gera novos mercados. Os jogos on line são um bom exemplo: pode-se pagar por melhores equipamentos e/ou habilidades, que só serão úteis para o jogo. No entanto, essa idéia pode mascarar o verdadeiro conteúdo do ciberespaço: um mecanismo de interação, ou melhor uma forma de usar os mecanismo digitais já existentes. Pierre Lévy quer dizer que ao defenderem o ciberespaço como uma nova infra-estrutura (“auto-estrada da informação”) encobre-se aí o movimento social da cibercultura.

Mas de que forma se daria uma articulação entre a cidade e o ciberespaço? “Nem simples analogia, nem substituição, nem assimilação…”. Ele propõe pensar os dois espaços de forma articulada. O do território e o da inteligência coletiva. Não basta que haja acesso ao equipamento. É necessário que a população utilize o ciberespaço para ser ouvida e para ouvir. Nisso consiste a democracia digital, na colaboração coletiva e contínua no levantamento dos problemas e das suas soluções. Os meios atualmente utilizados e que deverão ganhar mais espaço para sucesso da inteligência coletiva são os fóruns de avaliação e controle por parte da população.