terça-feira, 7 de dezembro de 2010

FACULDADE DE FILOSOFIA SANTA DOROTÉIA

PÓS-GRADUAÇÃO EM PLANEJAMENTO URBANO AMBIENTAL

CIDADES DIGITAIS

PROFESSORA: Michele Tancman

ALUNA: Luany Leal



Estância (SE) - Um modelo diferente



Diferente da maioria dos municípios brasileiros que pretendem promover a inclusão digital através da construção/criação de centros de acesso a internet ou de salas de internet em escolas públicas, o governo municipal de Estância, estado de Sergipe, optou por dar tickets de acesso à internet que podem ser usados nas lan houses do município. Os telecentros do governo federal e municipal atuam de forma secundária.


O projeto teve início em 2009, quando a prefeitura, com o apoio do Sebrae, capacitou donos de lan houses e professores da rede estadual e municipal de ensino. Os donos das lans foram orientados de forma que pudessem usar seu empreendimento para proporcionar a inclusão digital e para os professores o curso teve a intenção de mostrar a aplicabilidade prática da internet para facilitar o aprendizados do conteúdo ensinado. No fim desse processo, os alunos ganharam tíquetes que permitem o uso gratuito das lan houses.


No entanto algumas regras foram estabelecidas para o uso:

1- o acesso só pode ser feito fora do horário escolar;

2- os alunos não podem estar uniformizados;

3- é necessária autorização dos responsáveis;

4 - limite de seis horas de uso por mês;

5 -apenas 20% do tempo diário pode ser gasto com entretenimento;


Se for verificado que alguma das regras não foi cumprida, o aluno e o estabelecimento são advertidos. Em caso de reincidência, a lan house pode ser descredenciada e o estudante perder o direito ao ticket.


A opção pelo ticket a ser usado nas lan houses ocorreu porque acredita-se que essa alternativa, além de mais barata, fomenta a economia local, e ajuda a trazer para o mercado formal as microempresas que atuam no mercado informal, aumentando desse jeito a arrecadação do município.


“Esse modelo de inclusão digital se deve ao fato do bom custo/benefício para todos os envolvidos: poder executivo, lan houses, alunos e professores”, afirma Carlos Júnior, secretário de Cultura, Juventude e Desporto de Estância.

E parece que realmente as diversas classes envolvidas estão satisfeitas.

Por 60 minutos, a prefeitura paga às lan houses um real. Ou seja, cada aluno custa seis reais por mês à prefeitura.



“O modelo de lan houses gera renda e estimula a legalização dos negócios, muitos deles informais”, aponta Manoel Messias, diretor de juventude de Estância.

Para o presidente da associação de lan houses da cidade, Adilson dos Santos, o programa trouxe outras vantagens para os estabelecimentos. “Fomentou nossa clientela e melhorou a imagem das lan houses perante a população. Hoje os pais já nos veem como um lugar seguro para seus filhos”, garante.

Segundo Manoel Messias, Estância se tornou um exemplo para outros municípios: “Goiânia e o governo do estado já vieram aqui conhecer o que fizemos, pois têm interesse de fazer algo do gênero”, comemora.

Avaliação:

A prefeitura oferece pelo menos o primeiro contato com os computadores e a rede aos alunos e pode propiciar pela manutenção do projeto a inclusão digital desejada.

O baixo custo é um fator muito importante no projeto de Estância. No entanto, considero 6h /mês pouco tempo, uma vez que a intenção é levar ao emponderamento social através da informação.

Também acredito que a falta de supervisão direta pode ser um problema para o sucesso do projeto se considerarmos sua importância para a pesquisa escolar. O ambiente da lan house é propício para que os jovens se interessem cada vez mais por jogos ou outras ferramentas de lazer da rede.

Outro ponto positivo é dividir com os donos das lan houses a responsabilidade pelo conteúdo acessado, impondo punições ao estabelecimento caso seja verificada alguma irregularidade.

Acredito que os pontos positivos são mais relevantes que os negativos e toda iniciativa para redução da desigualdade social é válida desde que acompanhada e revisada freqüentemente, como todo projeto bem-sucedido deve ser.

Fonte:

http://www.guiadascidadesdigitais.com.br (aproveitando texto de Marcelo Medeiros, de 19 de abril de 2010)


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